Ananda Finco
Time OnFarm
Frequentemente recebemos dúvidas de nossos OnFarmers relacionadas às possíveis formas de utilizar a cultura na fazenda. Sabemos que o principal uso é referente ao diagnóstico de casos de mastite clínica para determinação do plano de ação em determinado animal, ou seja, para sabermos se devemos tratá-lo ou não com antibióticos; e se sim, qual seria a melhor opção diante do histórico e perfil da fazenda.
Mas não é só para isso que a cultura microbiológica nos casos de mastite clínica serviria. Uma informação extremamente importante e que é pouco explorada, seria o fato de através dessa ferramenta conhecermos o perfil de patógenos causadores de mastite em nossa fazenda, para então determinar onde está o nosso maior problema. Seria no ambiente? No manejo? Nos equipamentos?
Além do mais, essa informação nos permite realizar um trabalho preventivo ao invés de apenas curativo para que possamos atuar diretamente no foco do problema e evitar que novas infecções aconteçam em nosso rebanho, e a partir do mesmo raciocínio podemos expandir tal utilidade para os casos de mastite subclínica, vacas recém paridas e as vacas que irão secar.
Atualmente, sabemos que para cada caso de mastite clínica, temos aproximadamente 10 casos de mastite subclínica em nosso rebanho. Isso significa que existem muitos casos de mastite que não estamos “vendo”. Pensando nisso, uma outra rotina extremamente importante para ser incrementada na fazenda seria a realização de cultura microbiológica nos animais que aumentaram a Contagem de Células Somáticas (CCS) ou que apresentaram resultado positivo no teste de CMT, para sabermos o que há de errado com esse animal e podermos agir diretamente na base do problema.
Diante dessa situação, costumamos separar as causas de mastite em: ambientais, e/ou contagiosas, de acordo com o tipo de bactéria. E aqui está um ponto de muita relevância: a cultura microbiológica para controle de mastite contagiosa é o grande aliado quando falamos em estabelecer uma rotina preventiva em nossa fazenda, justamente por que é através dela que iremos identificar RAPIDAMENTE os animais positivos e segregá-los para evitar a transmissão e realizarmos o manejo correto com esses animais. E não só isso! Você sabe onde está a grande maioria das bactérias contagiosas? Na forma subclínica da mastite. Isso significa que sem análise rotineira da CCS individual ou do exame CMT e posterior cultura microbiológica para identificação das bactérias, elas passam desapercebidas servindo de veículo e transmitindo-as para animais saudáveis.
Seguindo ainda esse mesmo raciocínio, fica fácil entender o motivo de estendermos essa rotina e metodologia para as vacas recém paridas quando falamos em manejo preventivo de mastite no rebanho, até por que sabemos que existe o risco de novilhas recém paridas serem positivas para Staphylococcus aureus, que pode ser transmitido através de mamadas cruzadas ou moscas durante a fase de cria e recria, reforçando a importância de acompanharmos esses animais no pós-parto.
A cultura microbiológica aliada aos casos de secagem do animal nos traz outro tipo de informação: eficiência do protocolo de terapia da vaca seca. Ao realizarmos a cultura microbiológica no momento da secagem e no período do pós-parto, conseguimos levantar indicadores que estão diretamente relacionados à terapia da vaca seca utilizada e qual foi sua eficiência, além de determinarmos um protocolo ideal de acordo com o resultado da cultura na secagem para os tipos de bactérias encontradas.
E aí, viu só como podemos ampliar o uso da cultura na fazenda e começar a trabalhar para evitarmos os casos de mastite e entender o que acontece com nossos animais em cada fase de produção? Então, agora já sabe: se você ainda não explora todas as informações que essa ferramenta pode te fornecer, comece a explorar e conte conosco para ajudá-los a entender e aplicá-las em sua propriedade!
Seguiremos em frente, colocando o produtor em primeiro lugar, sempre.
Vamos juntos?
#OnFarmers